quarta-feira, 24 de novembro de 2010

ASPAS: "ENCARTE" DE CORREÇÃO E ADITAMENTO AO ITEM 51 DAS PÁGINAS 72-73 DE MEU LIVRO

Prezado leitor,
Através deste encarte virtual faço a correção e o aditamento (por meio de um exercício) ao item 51 das páginas 72-73 do meu livro Manual de português para o dia a dia forense, cujo tema trata, como se pode ver, sobre o emprego do ponto final antes e depois das aspas. Sobre o caso em questão, desconsidere, portanto, o que escrevemos lá e atente para o que escrevemos abaixo.

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Analise as frases abaixo e, considerando o emprego das aspas e do ponto final entre aspas ou logo depois delas ou distante das mesmas), assinale "c" para aquelas que estão corretas e "e" para as erradas.

1 - "Desconheço a arte de ser claro para quem não quer prestar atenção", já dizia Rousseau.

2 - "Desconheço a arte de ser claro para quem não quer prestar atenção." Eis uma bela frase de Rousseau.

3 - Rousseau, que dizia "Desconheço a arte de ser claro para quem não quer prestar atenção", deveria estar bem inspirado ao proferir valiosa frase.

4 - "Desconheço a arte de ser claro para quem não quer prestar atenção" (Rousseau).

5 - Dizia Rousseau: "Desconheço a arte de ser claro para quem não quer prestar atenção". Aprendamos com ele.

6 - Gosto quando Rousseau diz "Desconheço a arte de ser claro para quem não quer prestar atenção".

7 - O filósofo Rousseau nos deixou alguns legados. Antes de terminar esta matéria preciso citá-lo. "Desconheço a arte de ser claro para quem não quer prestar atenção."

RESPOSTA: Todas as alternativas estão corretas. Vejamos:

  • Quando uma frase começa e termina entre aspas, o ponto final deve ficar obrigatoriamente entre as mesmas. É o caso da primeira frase do exemplo 2 e da segunda frase do exemplo 7.
  • Quando uma frase não começa, mas termina entre aspas, o ponto final deve ficar depois delas. Confira a primeira frase do exemplo 5 e a frase do exemplo 6.
  • Se o texto que se acha entre aspas não inicia nem termina a frase, o ponto final não ficará entre elas nem imediatamente posterior às referidas aspas, como bem atesta o exemplo 3. Note, no caso, que a frase do mesmo exemplo se inicia com Rousseau, que dizia, e em seguida é que se inicia o texto entre aspas.
  • Se o texto que se acha entre aspas inicia, mas não termina a frase, não deverá existir o ponto final entre ou imediatamente posterior às aspas. É o caso do exemplo 1.
  • Se imediatamente posterior ao texto que se acha entre aspas há parênteses, o ponto final deve ficar depois destes e não imediatamente posterior às aspas. Este entendimento deve ser seguido quando entre parênteses constar do nome de autor de frase imediatamente transcrita. É o caso do exemplo 4. Este posicionamento, ao que tudo indica, não é seguido à risca. Há autores gramaticais, como Cegalla, que colocam o ponto final entre aspas e não depois dos parênteses. Optamos pelo entendimento de Bechara, que parece ter maior aceitação.
  • No exemplo 7, caberia o uso dos dois-pontos antes do texto transcrito. Se assim tivesse ocorrido, o ponto final ficaria depois das aspas, uma vez que, embora a frase tenha findado com aspas, aquela não se iniciou com estas.
  • Se houver ponto de interrogação ou ponto de exclamação no texto transcrito que acha entre aspas, os referidos sinais de pontuação deverão ficar entre aspas e jamais fora. Não fazendo parte da transcrição, mas partindo do próprio autor que o transcreveu, os ditos sinais ficarão depois das aspas. Exemplos:
Frase 1: Paulo e João sempre indagavam: "Quando eles virão?"
Frase 2: Quem se lembra ainda do "nem morto sairei daqui"?
  • Note, na primeira frase acima, que não há necessidade do ponto final depois das aspas.
  • Note, também, que na segunda frase não há ponto-final, porquanto a frase em questão se encerra com o ponto de interrogação.
  • Mais uma observação: em títulos de livros, de anúncios, de páginas na internet, de trabalhos escolares, etc. não há a necessidade de colocar o ponto final. Veja, como exemplo, o título deste blog, que depois da palavra DIDÁTICO não há o ponto final. Para efeito de curiosidade, observe qualquer livro, abra em uma página onde tenha um título ou tema que dá início ao estudo e veja se há algum ponto final.

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sábado, 20 de novembro de 2010

A IMPORTÂNCIA DA PONTUAÇÃO

Um homem rico estava muito doente, pediu papel e caneta, e assim escreveu:

"Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres."

Morreu antes de fazer a pontuação. Para quem ele deixava a fortuna? Eram quatro concorrentes.


O sobrinho fez a seguinte pontuação:

"Deixo meus bens à minha irmã? Não, a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres."


A irmã chegou em seguida e pontuou assim:

"Deixo meus bens à minha irmã, não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres."


O alfaiate pediu cópia do original e puxou a brasa pra sardinha dele. Assim, ele pontuou:

"Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho jamais! Será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres."


Então chegaram os pobres da cidade. Um deles, sabido, fez a seguinte pontuação:

"Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho jamais! Será paga a conta do alfaiate? nada! Aos pobres."


Moral da história: ainda tem gente que acha que uma vígula não faz a menor diferença!

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sábado, 23 de outubro de 2010

FOTOS DO LANÇAMENTO DE MEU PRIMEIRO LIVRO

Quero apenas expor minha satisfação pelo lançamento de meu primeiro livro e a forma como ele tem sido, de cara, aceito por seus consulentes.

O livro é indicado para todos os operadores do Direito, do servidor ao juiz. É recomendado, também, para aqueles que, por seu dever profissional, têm o hábito de redigir. O livro é fruto de pesquisas junto à Academia Brasileira de Letras, Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (última edição), bem como junto a autores respeitabilíssimos na área de língua portuguesa.

Contém, ainda, todas as mudanças decorrentes do novo Acordo Ortográfico, exercícios gabaritados e observações de valor histórico relacionadas à língua portuguesa. Em breve estará em algumas cidades cearenses. Os locais de venda serão divulgados neste blog.


Autografando o livro para o Dr. Marinho, promotor de Justiça da 1ª Vara de Aquiraz

Colegas da 2ª Vara fazendo pose com o livro

Repassando o livro recém-lançado à colega Débora


O livro foi apresentado e prefaciado pelo Dr. Roberto Viana, juiz titular da 1ª Vara



Autografando o livro para a Drª Valdileny Franklin, juíza titular da 2ª Vara
Autografando o livro para advogada que se fez presente

quarta-feira, 12 de maio de 2010

USO DAS SIGLAS E ABREVIATURAS

1. As siglas dos nomes dos estados brasileiros são escritas com todas as letras maiúsculas e sem o ponto-final.

Exemplos: CE, MG, PE, SE

Deste modo, vejamos:

Fortaleza, CE, 5 de fevereiro de 2010. (correto)
Fortaleza, Ce, 5 de fevereiro de 2010. (errado)

2. Até quatro letras, as siglas devem ser escritas com todas elas maiúsculas. A partir de cinco letras, pode (não obrigatoriamente) ser usada somente a primeira letra maiúscula.

INSS, PMDB, PDS, UVA, UECE, Incra, UFC, USP, Unifor


3. Não se deve abreviar nomes geográficos.
Aquiraz, 26 de março de 2010. (correto)
Aqz, 26 de março de 2010. (errado)

Fortaleza, 26 de março de 2010. (correto)
Fort, 26 de março de 2010. (errado)

Pedra Branca, 26 de março de 2010. (correto)
P. Branca, 26 de março de 2010. (errado)

4. Em geral, a abreviatura termina por consoante seguida do ponto-final. Os símbolos científicos, porém, se grafam sem ponto e, no plural, sem s. (Domingos Paschoal Cegalla). Deste modo, vejamos:

A audiência será pontualmente às 10h20min.

Em se tratando de hora e minuto, vejamos os casos considerados adequados e aqueles considerados inadequados:

A audiência será pontualmente às 10h20min. (correto)
A audiência será pontualmente às 10 horas e 20 minutos. (correto)
A audiência será pontualmente às 10h20. (errado)
A audiência será pontualmente às 10:20. (errado)
A audiência será pontualmente às 10h:20min.
(errado)
A audiência será pontualmente às 10:20min.
(errado)
A audiência será pontualmente às 10:20 horas. (errado)
A audiência será pontualmente às 10:20h. (errado)

5. Uso do etc.:
Não se colocam reticências depois da abreviatura etc. A razão é simples: et cetera significa e as outras coisas.

O uso das reticências seria uma redundância. Vejamos alguns exemplos (atente para os parênteses, que sinalizam o acerto ou o erro):

Vistos, etc. (correto)
Vistos, etc...
(errado)
Na forma da lei, etc.
(correto)
Na forma da lei, etc... (errado)
Sônia gosta de ler, estudar, passear, etc. (correto)
Sônia gosta de ler, estudar, passear, etc...
(errado)
Observação: Vê-se, também, que antes de etc. usa-se vírgula (como nos exemplos acima), sem falar que tal abreviatura não precisa ser escrita em itálico, a não ser quando se quer destacá-la, como fizemos aqui.

Outra observação é com relação ao não uso do ponto-final depois de etc.

Exemplos:

Maria gosta de ler Platão, Nietzsche, Schopenhauer, etc. (correto)
Maria gosta de ler Platão, Nietzsche, Schopenhauer, etc.. (errado)

Como já existe o ponto depois da abreviatura, tal colocação supre a necessidade do uso do ponto-final.

6. Pluralizam-se as siglas e os nomes próprios acrescentando-lhes um ‘s’ minúsculo.

Exemplos: Os CDs, os PMs, as ONGs, os Kennedys, os Stalins, etc.


7. Abreviatura de “folha”, “folhas”, “página” e “páginas”:

Segundo o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), as seguintes construções são consideradas corretas:

f. (singular)
fl. (singular)
fls. (plural)
fs. (plural)
fol. (singular)
fols. (plural)
p. (singular)
pág. (singular)
pp. (plural)
págs. (plural)
págg. (plural)

Com relação à regência a ser adotada antes de folha/folhas e página/páginas, havendo ou não abreviatura, podemos extrair de Evanildo Bechara, membro da Academia Brasileira de Letras, o seguinte:

Fazendo-se menção a paginas, folhas ou capítulos de livros, usam-se as preposições em ou a. Assim, são construções corretas:

O juiz fez menção ao documento exposto à folha 2.
O juiz fez menção ao exposto na folha 2.
O juiz fez menção ao exposto a folhas 2.


Segundo depreende-se do mesmo autor, não se usam as preposições no plural (às folhas e nas folhas), porque, segundo ele, quando se pluralizar o substantivo (no caso folhas), a preposição fica no singular.

Os exemplos acima foram escritos usando os substantivos por extenso, os quais poderão ser abreviados (fl.f.fls.fs.).

Atente-se, por fim, que a crase somente deve ser usada se o substantivo folha (ou página) estiver no singular, como se vê no primeiro exemplo.


8. Quem tem prioridade na escrita, o nome por extenso ou sua sigla/abreviatura correspondente?
Analisemos duas situações:

O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) fará concurso público brevemente.
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) fará concurso público brevemente.

Pergunta-se: Qual das duas proposições obedece à normal culta?

A segunda opção é a resposta correta. Tratando-se de siglas e de abreviaturas, quando coexistirem o nome por extenso com sua respectiva sigla/abreviatura, esta deve ficar entre parênteses.

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USO DA INICIAL MAIÚSCULA

Para ler sobre o emprego das iniciais maiúsculas e minúsculas acesse o link abaixo:
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http://portuguesdidatico.blogspot.com/2011/10/maiusculas-e-minusculas-novo.html
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O EMPREGO DOS NUMERAIS

1. Não se deve usar o numeral um antes de mil

Ganhei mil reais. (correto)
Ganhei um mil reais.
(errado)
Ganhei hum mil reais.
(errado)

Nas redações, assim como em cheques, notas promissórias, etc., geralmente, por desconhecimento, escreve-se a frase assim:

Fulano pagará pela dívida R$ 1.205,10 (hum mil, duzentos e cinco reais e dez centavos).

Na frase acima há dois erros, a saber: não se deve usar a palavra hum antes do numeral mil nem se deve utilizar a vírgula entre os numerais escritos por extenso.

A frase correta é:

Fulano pagará pela dívida R$ 1.205,10 (mil duzentos e cinco reais e dez centavos).

Também não se escreve um mil duzentos e cinco reais e dez centavos.

2. Em relação ao primeiro dia do mês
Deve-se usar o ordinal e não o cardinal. Assim, vejamos:

Fortaleza, 1º de fevereiro de 2010. (correto)
Fortaleza, 01 de fevereiro de 2010.
(errado)
Fortaleza, 2 de fevereiro de 2010.
(correto)
Fortaleza, 2º de fevereiro de 2010.
(errado)
Fortaleza, 5 de fevereiro de 2010.
(correto)

Com relação ao primeiro dia, há gramáticos respeitados, como Evanildo Bechara, que defendem tanto o uso do ordinal como do cardinal. O emprego do ordinal, todavia, parece ter maior aceitação e, portanto, deve receber prioridade.


3. Com relação às datas, devo usar AOS, A ou EM?
É facultativo. Assim, posso empregar qualquer uma das três opções. Vejamos algumas situações:

Aos 23 dias de março foi prolatada a sentença.
A 23 de março foi prolatada a sentença.
Em 23 de março foi prolatada a sentença.
No dia 23 de março foi prolatada a sentença.

A reunião dos magistrados ocorreu em 25 de março de 2009.
A reunião dos magistrados ocorreu a 25 de março de 2009.
A reunião dos magistrados ocorreu aos 25 dias de março de 2009.
A reunião dos magistrados ocorreu no dia 25 de março de 2009.

O presidente da República chegou ao Brasil a 15 de janeiro de 2005.
O presidente da República chegou ao Brasil em 15 de janeiro de 2005.
O presidente da República chegou ao Brasil aos 15 dias de janeiro de 2005.
O presidente da República chegou ao Brasil no dia 15 de janeiro de 2005.


4. Os numerais milhares, milhões e bilhões exigem o artigo no masculino e jamais no feminino

Os milhares de mulheres compareceram à passeata. (correto)
As milhares de mulheres compareceram à passeata. (errado)

Os três milhões de árvores plantadas cresceram devagar. (correto)
As três milhões de árvores plantadas cresceram devagar. (errado)

Não há oferta de trabalho para os dois bilhões de pessoas ociosas. (correto)
Não há oferta de trabalho para as duas bilhões de pessoas ociosas.
(errado)


5. Na designação de artigos, capítulos e parágrafos, usam-se os ordinais de um a nove e os cardinais de dez em diante
Capítulo VII (sétimo e não sete)
Capítulo X (dez e não décimo)
Artigo IX (nono e não nove)
Artigo X (dez e não décimo)
Parágrafo X (dez e não décimo)
Parágrafo XI (onze e não décimo primeiro)


6. Na designação de papas, séculos e reis, usam-se os ordinais de um a dez e os cardinais de onze em diante

Oficialmente o fim do Império Romano se deu no século V. (século quinto e não século cinco)

A Reforma Protestante e a Contrarreforma ocorreram no século XVI. (século dezesseis e não século décimo sexto)

Pio X e Pio XII foram dois papas da Igreja Católica. (respectivamente Pio décimo e Pio doze)
Dom Pedro II era maçom. (Pedro Segundo)

Usar-se-ão, todavia, os ordinais em frases do tipo:

No décimo quarto século depois do fim do Império Romano nasceu Nietzsche, o filósofo que mais perseguiu o cristianismo.


7. Na designação de páginas de um livro e nos endereços de apartamentos e casas de uma vila usam-se os cardinais
Carla abriu o livro na página 5. (cinco e não quinta)
Carla mora no apartamento 203. Casa 3. (três)

Se o numeral anteceder o substantivo, o ordinal deve ser usado.

Carla abriu o livro na 5ª página. (quinta e não cinco)
Carla abriu o livro na quinta página. (correto)


8. Não se usa o ponto entre os numerais, quando estes designam datas
Hoje é dia 13 de maio de 2010. (correto)
Hoje é dia 13 de maio de 2.010. (errado)

Nos demais casos, o ponto deve ser colocado entre as centenas e milhares, assim:

Ele ganhou R$ 1.250.350,18 de prêmio. (correto)
O juiz de Direito fez menção ao art. 1.184 do Código de Processo Civil. (correto)
O juiz de Direito fez menção ao art. 1184 do Código de Processo Civil. (errado)

João está com 1.120 pontos. (correto)
João está com 1120 pontos.
(errado)


9. Uso de sinais gráficos entre as datas
Devo escrever 13/12/2010, 13.12.2010 ou 13-12-2010?

As três situações são aceitas, sendo a primeira a mais indicada.

Consultando o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), percebemos o emprego da barra (como no primeiro exemplo acima) com maior frequência em relação às demais situações. Aliás, só encontramos uma situação em que o segundo caso é utilizado e nenhum exemplo do terceiro.


10. Quantidade de dígitos em relação aos dias, meses e anos
Analisemos as seguintes situações:

a) 7/6/2010
b) 7/06/2010
c) 07/06/2010
d) 07/06/10
e) 07/6/2010
f) 12/6/2010
g) 6/12/2010

Quais das opções acima estão redigidas corretamente?

Na escrita, deve-se escolher a opção “a”. No preenchimento de campos, seja em papéis, seja nos meios eletrônicos, deve-se usar a opção “c” ou a “d”. A explicação se deve pelo fato dos campos existentes nos formulários já conterem dois dígitos para cada data, e, com relação ao campo “ano”, dois ou quatro dígitos.

No preenchimento de carimbos e na aposição manual de datas, é indicado preencher os espaços nos termos da opção “c”, a fim de se evitar fraudes, mesmo sabendo que tal postura força a indicação corrente.

Na digitação em máquinas de escrever e em computadores, deve-se utilizar a opção “a”, quando o momento aprouver. Melhor mesmo é fazer menção ao mês escrevendo o nome, acrescentando-se à frase a preposição de entre o dia e o ano, principalmente quando houver a antecipação de nomes geográficos.

Deste modo, no computador, posso digitar:

O fato aconteceu a 5 de julho de 2010.
O fato aconteceu a 5/7/2010.
Mas devo digitar:

Fortaleza, 5 de julho de 2010. (por causa do nome geográfico, no caso Fortaleza)


11. Uso de sinais gráficos entre a data, o nome geográfico e entre este e a sigla correspondente ao estado ou país

Analisemos as seguintes proposições:

a) ( ) Fortaleza, CE, 6 de maio de 2010.
b) ( ) Fortaleza-CE, 6 de maio de 2010.
c) ( ) Fortaleza/CE, 6 de maio de 2010.
d) ( ) Fortaleza, (CE), 6 de maio de 2010.
e) ( ) Fortaleza (CE), 6 de maio de 2010.

Quais das proposições podem ser consideradas aceitas, levando em conta o uso do sinal gráfico entre a data, o nome geográfico por extenso e a sigla do Estado?

Há uma Norma Técnica da ABNT, a NBR-6023, sobre referências bibliográficas, que recomenda o acréscimo da sigla do Estado após o nome da cidade em duas situações:

1) Na referência a livros, periódicos, congressos, simpósios, palestras, eventos em geral, etc., quando houver mais de uma cidade com o mesmo nome. Por exemplo, Valença, nome de cidade do Piauí, da Bahia e do Rio de Janeiro.

2) Em publicações oficiais, como o Diário Oficial (Brasília, DF). Nestes casos, a sigla é separada da cidade e do local por uma vírgula, o que faz com que a opção “a” seja a verdadeira.

Em que pese tal norma, lendo o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (que faz silêncio em relação à normatização do que está sendo questionado aqui), veem-se, em seu corpo, dois exemplos distintos, um assinado em 1998 pelo então presidente da ABL, em cujo texto ele diz Teresópolis (RJ), ao passo que o outro texto diz Seara-SC, de modo que somos levados a acreditar que as três formas são aceitas.

Assim, ponderamos que as opções “a”, “b” e “e” são aceitáveis.

OBSERVAÇÃO: O emprego da sigla do Estado deve ser evitado em documentos oficiais, até porque no cabeçalho da folha deve conter o nome do Estado. Assim, ao se redigir uma sentença, na qual aparece no cabeçalho o nome ESTADO DO CEARÁ, no espaço destinado à data escreva-se, por exemplo, Fortaleza, 13 de maio de 2010. Tratando-se de uma petição de advogado, é facultativa a inserção da sigla CE, sendo recomendada a sua ausência, a menos que haja outra cidade com o mesmo nome.

Observação à parte: Há situações que exigem somente o travessão, como nos exemplos seguintes:

O PT-CE e o PSDB-RS se reuniram sábado passado.
O reitor da PUC-SP decidirá sobre o acontecido.


12. Uso do sinal gráfico separador dos valores extremos de uma série

É comum, na escrita, a utilização da barra (/) para separar valores que se encontram em posições extremas numa série. Assim, é comum encontrar a fls. 5/12.

Tal construção não corresponde à erudição pretendida na redação oficial de documentos, porque o sinal gráfico indicado é a meia-risca (–), que, no teclado, pode ser obtido a partir do atalho Alt + 0150, ao passo que o travessão se acha por meio do atalho Alt + 0151.

Assim, devo dizer:

Conforme a sentença prolatada a fls. 5–12.

O mesmo raciocínio vale para:

Leia-se o Manual de Português, itens A–Z. (e não itens A/Z)

INDICAÇÃO: Clique no link abaixo e leia sobre as diversas formas dos numerais serem escritos em um texto:


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