sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

NASCIDO A ou NASCIDO EM?

As duas opções estão corretas. Tanto posso empregar a preposição "a" como a preposição "em", desde que se faça menção ao tempo. Em se tratando de lugar, use sempre "em" e nunca "a".

Assim, posso escrever (e dizer):

Fulano Sicrano Beltrano, natural de Quixadá, nascido em 27 de janeiro de 2012.

OU

Fulano Sicrano Beltrano, natural de Quixadá, nascido a 27 de janeiro de 2012.


Use "aos" se acompanhado da palavra "dias", embora a omissão da referida palavra não constitua um erro:

Fulano Sicrano Beltrano, natural de Quixadá, nascido aos 27 dias de janeiro de 2012.


Vejamos outros exemplos válidos:

O juiz chegou à comarca em 27 de janeiro de 2012.

O juiz chegou à comarca a 27 de janeiro de 2012.

Nascido em Senador Pompeu, a 27 de janeiro de 2012.

Nascido em Senador Pompeu, em 27 de janeiro de 2012.

Nunca escreva:

Nascido a Aquiraz, em 27 de janeiro de 2012.

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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

SOUSA OU SOUZA? TERESA OU TEREZA? LUÍS OU LUIZ? ISABEL OU IZABEL? TOMÁS OU TOMAZ? BALTASAR OU BALTAZAR? QUEIRÓS OU QUEIROZ? ELISEU OU ELIZEU? MANUEL OU MANOEL? HELOÍSA OU ELOÍSA? LUÍSA OU LUÍZA?

Os nomes próprios devem se sujeitar às regras gramaticais ou não? Os nomes em questão são escritos com "s" ou "z"? Com "u" ou "o"?

São dúvidas frequentes, as quais, muitas vezes, afetam pessoas de várias classes sociais, doutas ou não. O que dizem as gramáticas sobre os nomes próprios em questão?

O correto é usar o "s" e não o "z": Sousa, Luís, Luísa, Inês, Valdês, Eliseu, Teresa, Isabel, Tomás, Baltasar, Queirós. Em Heloísa, além do "s", temos o "h". O correto é escrever Manuel e não Manoel.

Atente para o uso do acento, que somente deve existir nos casos sujeitos às regras gramaticais pertinentes à acentuação gráfica. É o caso, por exemplo, de "Queirós", que tem acento por ser uma oxítona terminada em "o" (seguido ou não de "s").

Em "Luís", por exemplo, o motivo do acento difere de "Luiz", que não deve ser acentuado porque não se acentuam os oxítonos terminados em "z".

E como ficam os casos dos nomes próprios já registrados (já registrados e não os novos registros)? Fica a critério de cada um, seja em relação à ortografia, seja em relação à acentuação. Assim, embora deva existir acento em "Zanílton" (paroxítona terminado em "n"), há casos em que o registro foi feito sem o acento, um erro gramatical, mas permitido.

A reforma ortográfica, em sua Base XXI, abordou o tema. Diz o texto na íntegra:


"Para ressalva de direitos, cada qual poderá manter a escrita que, por costume ou registro legal, adote na assinatura do seu nome. Com o mesmo fim, pode manter-se a grafia original de quaisquer firmas comerciais, nomes de sociedades, marcas e títulos que estejam inscritos em registro público".

Vale observar que muitos erros gramaticais nos nomes próprios de pessoas se devem em razão da falta de conhecimento dos servidores dos cartórios, que deveriam instruir os pais acerca do bom uso gramatical. Em outros casos, ainda que o servidor perceba o erro, são os pais que insistem em manter o nome com o referido erro, muitas vezes para conservar a tradição do sobrenome familiar.

Alheios à boa ordem gramatical, muitos afirmam que, em se tratando de nome próprio de pessoa, é lícito ferir as regras pertinentes ao caso. Não é bem assim. O que se admite, como bem destaca a Base XXI do Acordo, é a conservação de um nome para ressalva de direitos.

Assim, se você é registrado como "Andréia", embora hoje o acento constitua um erro, você não precisa alterar o registro (retirando o acento), mas, por outro lado, não pode afirmar que o acento se enquadra aos casos sujeitos à acentuação gráfica.

Conclui-se, portanto, que os cartórios de registro civil devem ficar atentos às novas regras, e, sempre que possível, convencer os pais no sentido de submeterem os nomes de seus filhos à nova realidade, ainda que em relação aos sobrenomes seja mais difícil, por razões ligadas à tradição ou até mesmo para evitar problemas burocráticos, como é o caso, por exemplo,  dos pais e irmãos serem registrados com "Souza" e o caçula ser registrado com "Sousa".
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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

EMPREGOS DO VERBO HAVER

Analise as seguintes proposições:

I - Há 10 dias que o grevista não se alimentava.
II - Houve dias turbulentos.
III - Os grevistas pediram-lhes que houvesse piedade deles.
IV - Todos eles se houveram com educação.
V - Se não fosse a chuva, teriam havido outros espetáculos.

Levando em consideração os empregos do verbo haver, assinale a única opção correta:

a) ( ) Somente as proposições II e IV estão corretas.
b) ( ) Somente as proposições I e II estão corretas.
c) ( ) A proposição I está correta e a proposição IV está errada.
d) ( ) Há três proposições corretas.
e) ( ) Há quatro proposições corretas.

Resposta: Somente as proposições II e IV estão corretas. Vamos à explicação:

Proposição I > O correto é "Havia dias que o grevista não se alimentava". Existindo na mesma frase um verbo no pretérito imperfeito (no caso em questão "alimentava"), o verbo "haver" também fica no pretérito imperfeito. Doutro modo teríamos "Há dias que o grevista não se alimenta". Observe que estando o verbo "alimentar" no presente, no referido tempo e modo é conjugado o verbo "haver".

Proposição II > O verbo "haver" no sentido de "existir" é impessoal, daí ficar sempre no singular.

Proposição III > No sentido de "ter", o verbo "haver" é pessoal, ou seja, pode ser conjugado de acordo com o pronome e o sentido de sigularidade ou pluradidade utilizados. Na frase em questão, o verbo "haver" deveria estar no plural: "Os grevistas pediram-lhes que houvessem piedade deles", ou seja, "Os grevistas pediram a eles [pessoas indeterminadas] que tivessem piedade deles [dos grevistas]". Outro exemplo: "Gostaria que vocês houvessem piedade da vítima".

Proposição IV > No sentido de "portar-se", o verbo "haver" é pessoal (cf. explicação da proposição anterior). Assim, a frase dita de outro modo, temos: "Todos eles se portaram com educação".

Proposição V > O verbo "haver" em questão é impessoal, com sentido de "existir" (cf. a explicação da proposição II).

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